A mímese possui mais de um significado, mas aquele que mais lhe atribui dentro do entendimento de Platão e a Poética de Aristóteles, é imitação.
A imitação, segundo Platão, é afastar da realidade, do original, e representar uma verdade ilusória, uma criação de objetos não originais, apenas cópia, cópias de uma cópia.
- Sabe quando a gente lê um livro, assiste um filme, ou admira uma pintura e você sente que já viu aquilo em algum lugar? São representações do que já aconteceu, cópia da criação do homem.
Por outro lado, Aristóteles, refletiu sobre a palavra mímese desenvolvendo um outro conceito para a questão de imitação. Ele associou o ato de imitar com imaginar. A literatura como atividade artística, ela imita uma realidade, como poderia ser tal realidade, imaginando/criando através de possíveis interpretações das ações e pensamentos do homem. Portanto, aquela imitação exacerbada, uma representação de um poema épico, uma epopeia, são considerados mímeses, pois imitam aquilo que poderia ser.
A partir desse entendimento aristotélico, descobrimos o critério de verossimilhança, aquilo que é possível de acontecer, não exatamente verdadeiro, mas provável e aceitável, que se aproxima de uma imitação/mímese representada pela arte/literatura de como as coisas poderiam ter ocorrido. Logo, Aristóteles afirma que tal imitação não pode ser cópia, pois é criação imaginativa do homem.
EXEMPLO:
As epopeias sobre mitos, elas imitam a realidade humana, a sociedade grega, mas associando aquilo tudo a um mundo representativo e interpretativo, com possíveis acontecimentos, verossímeis a vida real.
O filme Titanic, representa um evento real, muito provavelmente tenha acontecido daquela maneira, mas não necessariamente o casal Jack e Rose existiram, essa é a interpretação do diretor a partir da realidade, não é cópia, é imaginação/criatividade. É mímese.
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